Paraibano depende de patrocínio para ingressar na Escola de Balé do Bolshoi

Um adolescente paraibano está prestes a realizar o sonho de ser bailarino. O talento ele já demonstrou. Agora, ele depende de patrocínio para alcançar o objetivo. Para ajudar Eduardo a se manter em Joinville, em Santa Catarina, onde a escola funciona, a família e a Casa Pequeno Davi estão fazendo uma campanha em busca de doações.

Filho de doméstica, Eduardo Lima, de 13 anos, foi selecionado para fazer o curso técnico de nível médio em Dança Clássica do Instituto Escola do Teatro Bolshoi no Brasil, em Joinville, Santa Catarina, e já tem uma bolsa integral garantida. O que falta são recursos para hospedagem, alimentação e outras necessidades básicas.

Eduardo é um dos adolescentes atendidos pela Casa Pequeno Davi, uma entidade não governamental que desenvolve atividades educacionais, artísticas e de lazer com crianças e adolescentes que vivem em situação de risco em alguns bairros de João Pessoa. Na entidade, o menino começou a aprender jazz e dança contemporânea há quatro anos.

“A educadora viu o talento dele e mandou para mim. A própria Casa Pequeno Davi é quem paga a mensalidade dele”, explicou Denilce Regina, professora de balé clássico de Eduardo. Com apenas quatro meses de balé, Denilce já viu em Eduardo o perfil que o Bolshoi procura e resolveu tentar mandá-lo para a escola. “Eles querem crianças verdinhas, para aplicar o padrão deles. Quando mais novo, melhor”, disse.

Morador do bairro do Varadouro, Eduardo nunca tinha viajado de avião e disse ter ficado muito nervoso na primeira experiência. “Eu não sabia colocar o cinto, foi uma graça. Senti um frio na barriga”, relatou Eduardo, que, no fim, foi selecionado e poderá começar o 3º ano da escola em fevereiro de 2014.

A mãe de Eduardo ficou muito feliz com a conquista do filho, mas está preocupada por não ter condições de bancar a ida dele. “Ele viajou para a audição às custas da Casa Pequeno Davi. Eu não tenho condições de pagar. Sou sozinha e tenho quatro filhos”, comentou Ligia Lima, que está separada do pai de Eduardo. Segundo ela, ele é autônomo e não auxilia com recursos financeiros.

“Quando ele soube que passou, começou a chorar. Ele é o caçula, a alegria da casa. Vai ser muito difícil ficar longe dele”, relatou a mãe. Ligia explicou que Eduardo é o único dos filhos interessado em dança. “Os outros gostam de futebol. Na escola, alguns tinham preconceito, mas ele é muito criança, não tem maldade. E agora que ele passou, todo mundo está achando bom”.

Eduardo é o único menino da turma, que tem 12 meninas. Ele também integra o Ballet Jovem da Paraíba, que faz várias apresentações pelo estado. “Meu sonho é dançar e ser um bailarino. Eu me dedico muito e presto atenção nas aulas”, garantiu Eduardo. Outra integrante do Ballet Jovem da Paraíba, Debora Duany, também foi selecionada para o Bolshoi.

A Casa Pequeno Davi está tentando arrecadar recursos para enviar e manter Eduardo estudando em Joinville, onde fica a escola Bolshoi. A entidade pode ser contactada por meio do telefone (83) 3241-5263.

Krystine Carneiro – G1 PB